segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Para mães, o importante é que a escola dê atenção às dificuldades específicas

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Para mães, o importante é que a escola dê atenção às dificuldades específicas

Pedro Carrilho/ Folha Imagem

Maria Cecília e sua filha Maria Fernanda, deficiente visual, que estuda em classe regular no Rio

Fonte: Folha de São Paulo
DA SUCURSAL DO RIO

A história de mães de alunos com deficiência que tentaram matricular seus filhos em escolas regulares mostra que a inclusão é possível, mas nem sempre é de qualidade.
Cristiane Abrantes Simões, por exemplo, insistiu por bastante tempo para que sua filha Suele Simões, 18, estudasse em turmas regulares.
Ela passou por quatro escolas públicas até concluir que o melhor, para sua filha, seria que procurasse o Instituto Benjamim Constant, órgão do governo federal no Rio que é referência no atendimento a deficientes visuais.
"As escolas colocavam crianças com vários tipos de deficiência juntas numa sala, muitas vezes com um professor despreparado para aquela situação. No caso da minha filha, além da deficiência visual, ela tem problemas também de coordenação motora, o que dificultou seu atendimento", conta Cristiane.
O caminho inverso foi feito por Maria Cecília Lacerda. Inicialmente, ela procurou o Benjamin Constant para matricular na educação infantil sua filha Maria Fernanda Monteiro, hoje com 15 anos.
"Na época, coloquei no Benjamim Constant porque achei que seria a única escola que a atenderia. Depois, conversando com um médico, ele me auxiliou a procurar outras escolas. Matriculei-a numa escola municipal e ela foi muito bem-sucedida", conta.
Maria Fernanda continua até hoje estudando numa instituição pública, a escola municipal Orsina da Fonseca, na Tijuca (zona norte do Rio).
Sua mãe diz estar satisfeita com o atendimento, mas concorda que, especialmente no que diz respeito a crianças que têm algum tipo de deficiência, é preciso levar em conta a dificuldade específica de cada um.
"Cada criança tem uma história diferente, elas não são iguais. A escola precisa estar preparada para lidar com essas diferenças. No meu caso, vejo que eles têm uma paciência e uma dedicação muito grandes e, com isso, as crianças estão avançando", diz Maria Cecília.