segunda-feira, 6 de setembro de 2010

I SEMINÁRIO INTERNACIONAL: A EDUCAÇÃO MEDICALIZADA: DISLEXIA, TDAH E OUTROS SUPOSTOS TRANSTORNOS

Durante os dias 11 a 13 de novembro de 2010 a cidade de São Paulo sediará o I SEMINÁRIO INTERNACIONAL: A EDUCAÇÃO MEDICALIZADA: DISLEXIA, TDAH E OUTROS SUPOSTOS TRANSTORNOS, organizado por diversas entidades ligadas à medicina, psicologia e educação.
A finalidade do evento é de divulgar e discutir controvérsias acerca do diagnóstico e tratamento de supostos transtornos de aprendizagem, tendo como pano de fundo a medicalização da sociedade e, mais especificamente, das dificuldades do sistema escolar.

Pretende também, oferecer subsídios para a discussão e o posicionamento frente às políticas públicas que têm sido propostas e/ou implementadas por meio de leis e programas de ação, partindo das diferentes compreensões desses supostos transtornos de aprendizagem.

Programe-se
Data:
11 a 13 de novembro de 2010
Local:
UNIP – Campus Paraíso
Rua Vergueiro, 1211 - Paraíso
São Paulo/SP – Brasil

Organização:

Conselho Regional de Psicologia da 6ª. Região SP – CRP SP
Curso de Psicologia da UNIP
Grupo Interinstitucional “Queixa Escolar” - GIQE
Associação Palavra Criativa
Depto. de Pediatria da Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP
Fórum de Saúde Mental do Butantã
Instituto Sedes Sapientiae - Núcleo de Referência em Psicose e Inclusão
Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional – ABRAPEE
Sindicato dos Psicólogos no Estado de São Paulo - SinPsi

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

O sucateamento da saúde pública de São Paulo

O sucateamento da saúde pública de São Paulo
Fonte: Site Carta Maior

Avaliação de 350 mil usuários do SUS de São Paulo, efetuada pela própria Secretaria de Estado da Saúde (SES) relata ausência de vacinas do calendário básico em diversas unidades de saúde da Secretaria, analgesia durante o parto realizada com “panos quentes” e a demora absurda na realização de diversos exames complementares. No município de São Paulo, o atual prefeito Gilberto Kassab pauperizou a tal ponto alguns dos hospitais sob tutela da Autarquia Municipal, que há vários meses, por exemplo, não existem colchões em hospitais da Zona Leste da cidade. O artigo é do médico João Paulo Cechinel Souza.
João Paulo Cechinel Souza (*)
Os mutirões da saúde, proclamados e anunciados por José Serra como sua principal plataforma de trabalho na Saúde, têm na falácia do discurso e na grande mídia seus sustentáculos operacionais. Para os seguidores de teorias inocentes e despudoradas, como se faz parecer o dito presidenciável, os mutirões são a salvação da lavoura em meio a uma grande seca. Traz a resolução dos mais diversos problemas, que cotidianamente enfrentamos no país nessa área, através da contratação de alguns profissionais, que sairiam Brasil afora com essa nobre tarefa.Numa análise simplista pode parecer plausível. E é – para problemas pontuais, que, diga-se de passagem, são raros na assistência à saúde. Em sua maioria, cirurgias para correção de catarata e problemas de próstata (apenas para citar aqueles referidos por Serra com mais frequencia), necessitam de avaliação pré e pós-operatória imediatas, além, obviamente, do seguimento ambulatorial dos pacientes submetidos a tais intervenções.Infelizmente, como já escrevemos e evidenciamos em artigo anterior (http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=16821), o acompanhamento prolongado e qualificado dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) não parece ser a preocupação do ex-governador de São Paulo. Para se ter uma idéia melhor do que estamos falando, basta trazer aos leitores a avaliação de 350 mil usuários do SUS de São Paulo, efetuada pela própria Secretaria de Estado da Saúde (SES) – e cuja publicação só foi divulgada (tardiamente) após esforços oriundos de várias instituições e entidades vinculadas à Saúde no Estado, além de alguns órgãos de imprensa (http://www.saude.sp.gov.br/content/vuuecrupru.mmp). Resumidamente, a maior parte desses cidadãos relata ausência de vacinas do calendário básico em diversas unidades de saúde da SES, analgesia durante o parto realizada com “panos quentes” e a demora absurda na realização de diversos exames complementares. No município de São Paulo, o atual prefeito Gilberto Kassab, seguidor e fiel escudeiro de Serra, pauperizou a tal ponto alguns dos hospitais sob tutela da Autarquia Municipal, que há vários meses, por exemplo, não existem colchões em hospitais da Zona Leste da cidade – uma das regiões de concentração das famílias mais carentes economicamente, enquanto a população atendida se aglomera dentro dos pronto-socorros como animais num abatedouro. A estratégia é clara – e antiga: o próprio Serra, junto com FHC, já a utilizou diversas vezes antes, durante sua gestão no Governo Federal, com os hospitais e universidades federais. Primeiramente, precariza-se ao máximo uma das “portas de entrada” da população aos serviços oferecidos pelo Estado (no caso, um pronto-socorro, hospital ou unidade básica de saúde).Num segundo momento, aproveita-se a divulgação midiática da situação (demora no atendimento ou na realização de exames) e sua reverberação junto à população atingida pelo caso. Apresenta-se, então, a estratégia “milagrosa” – e sofismável, que há quase duas décadas permeia o dia-a-dia do atendimento à saúde no Estado de São Paulo: a entrega dessas instituições às Organizações Sociais (OSs). Para se ter uma ideia da dimensão do problema, essas mesmas OSs, regulamentadas pela Lei 9637/98 (mas instituídas por Medida Provisória anterior), têm autorização para contratar (com dinheiro público) funcionários e serviços sem a necessidade de se realizar qualquer concurso ou licitação. Parece estranho, não? Mas assim têm funcionado em boa parte das instituições vinculadas à SES de São Paulo e que prestam atendimento por essas latitudes. A forma sui generis de administração de recursos oriundos do erário público encontra na alegação de que são entidades “sem fins lucrativos” a explicação nada plausível e totalmente incompreensível que Serra pretende utilizar de um lado a outro do país – e Geraldo Alckmin terminará de implantar em São Paulo. Os privilégios de alguns poucos diretores e gestores privados e o oferecimento à população, em contrapartida e como regra absoluta, de serviços de baixa complexidade tecnológica (que não realizam transplantes ou sessões de hemodiálise, por exemplo), já foi alvo de questionamento de diversas entidades e do próprio Ministério Público do Estado – que encontraram nessas aberrações administrativas uma forma quase perfeita de ludibriar uma série princípios legais ora vigentes no país, como a lei de licitações e o controle público dos gastos do setor.Detalhe administrativo. Foi a isto que se resumiu a Saúde Pública paulista e paulistana sob a gerência demotucana. No mais, o ignominioso tratamento dispensado ao setor e a forma displicente de tratar aquele que deveria ser seu público alvo faz com que Serra continue utilizando álcool gel para higienizar suas mãos toda vez que chega perto desses cidadãos – e óleo de peroba no rosto toda vez que vai à televisão dizer que a Saúde foi, é ou será sua prioridade. De concreto, não deve conseguir mais do que o cantores genéricos para suas propagandas...

(*) João Paulo Cechinel Souza é médico especialista em Clínica Médica, residente em Infectologia do Instituto de Infectologia Emílio Ribas (São Paulo) e colaborador da Carta Maior.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Falta de referência - Entrevista com Hugo Nervi, da Faculdade de Educação da Universidade das Américas, no Chile

Falta de referência | Revista Educação

Falta de referência
Conferência mostra que ainda é necessário investir em avaliações sobre o impacto das novas tecnologias na aprendizagem escolar
Beatriz Rey - Fonte Revista Educação

De todos as temáticas relacionadas ao uso de tecnologia na educação, há uma que tem preocupado mais expressivamente os principais teóricos da área: a ausência de avaliações que indiquem os impactos das chamadas tecnologias da informação e comunicação (TICs) na sala de aula. A angústia não é só nacional. Os especialistas estrangeiros presentes na Conferência Internacional "O impacto das TICs na Educação", realizada pela Unesco em Brasília, no mês de abril, compartilharam o esforço pela busca de metodologias capazes de responder à seguinte pergunta: afinal, a tecnologia pode ou não ter impacto positivo na aprendizagem do aluno?

As tentativas se espalham mundo afora. Um documento produzido em 2006 pela Comissão Europeia em TICs avalia que há três tipos de estudos sendo conduzidos naquele continente. O primeiro, dedicado à avaliação em termos de infraestrutura e acesso, concentra-se na disponibilidade de computadores, número de computadores por escolas e nível de conectividade, entre outros. O segundo, considerado um nível acima do anterior, busca identificar e medir o uso da tecnologia no ambiente escolar e também seu uso doméstico, ambos com fins educacionais. Por último, há poucos que estudam se há ou não uma relação de causa e efeito entre tecnologia e educação. Para justificar a falta de produção nessa área específica, o documento cita a dificuldade encontrada pelos pesquisadores para isolar a tecnologia de todas as outras variáveis que incidem sobre a aprendizagem do aluno.

"Se a tecnologia está dentro de um conjunto de fatores que afetam o desempenho, como posso dizer que ela faz diferença?", questiona Ocimar Alavarse, professor da Feusp. Como fatores que moldam a aprendizagem, Ocimar cita o nível socioeconômico das famílias (e, consequentemente, do aluno) e o trabalho do professor. Para ele, além da tarefa de isolar a tecnologia como variável, é também preciso definir o tipo de uso que está sendo feito do computador. Por exemplo: há uma proposta pedagógica por trás da ferramenta? "O pesquisador precisa ir à escola para entender isso. Apenas um dia de estudo não dará essa resposta. Para a interferência externa ser diminuída, é preciso ficar no mínimo duas semanas ali", avalia.

A professora Leila Iannone, consultora da Unesco, acrescenta outros elementos que dificultariam o trabalho dos pesquisadores. A grande flutuação do corpo docente no sistema público é o primeiro deles. Muitos professores pedem afastamento, remoção ou licença das escolas onde trabalham. "Se você começa um projeto piloto, provavelmente na segunda etapa uma parte do corpo docente será perdida", explica. Outro problema é que, como a cultura avaliativa é recente nessa área, muitos apostam na avaliação ao final do processo e não do processo em si. "No Brasil, ainda é novo avaliar o passo a passo", diz.

Tentativa
Durante o Congresso, Miguel Nussbaum e Patricio Rodríguez, da Escola de Engenharia da Pontifícia Universidade Católica do Chile, apresentaram os resultados de um estudo que realizaram com mais de 200 alunos de nível socioeconômico baixo, provenientes de escolas públicas espalhadas pelo país. A dupla estudou a inserção do Eduinnova nos colégios. O programa é comandado por Nussbaum na PUC desde 2005 e aposta no trabalho colaborativo em grupos pequenos de alunos através de computadores interconectados. O objetivo era avaliar a eficácia do modelo pedagógico, a efetividade da intervenção e a eficiência do programa (no que diz respeito à fidelidade da intervenção, ao custo e ao impacto na aprendizagem dos alunos).

Na primeira etapa da pesquisa, realizada em 2002, os professores avaliaram a eficácia do programa com alunos de 1º e 2º anos do ensino fundamental de uma escola em Santiago. "Em uma aula de matemática, os alunos aprendiam a contar por meio de cartas numeradas. Eles se dispersavam e era difícil para o professor controlar a sala de aula. Quando o computador entra na sala, serve como uma espécie de andaime. O professor pode trabalhar com mais grupos porque eles ficam mais concentrados", explicaram. Na segunda etapa, foram analisadas aulas de física em salas de ensino médio de cinco escolas durante os anos de 2004 e 2005/2006. Nos dois momentos, alunos que usaram a tecnologia e que não usaram tecnologia foram submetidos a avaliações que mediam o quanto haviam aprendido. A partir do cruzamento desses dados, os pesquisadores chegaram aos resultados ("tamanhos do efeito"). Uma das conclusões é que os alunos de professores com alto nível de adoção do Eduinnova produzem melhores resultados de aprendizagem em relação àqueles que têm um nível menor - o tamanho do efeito passa de 0,41 para 0,56 (a escala usada pelos pesquisadores foi de 0,2 a 0,8). Em outras palavras, um mínimo de 13,09% e um máximo de 19% do total de alunos desses grupos ficaram acima da média nas notas dos testes aplicados pelos pesquisadores. "Também pudemos perceber nesse momento que o papel do professor é fundamental, já que aqueles que não se apropriaram adequadamente da tecnologia não tiveram bons resultados", explicam.

A primeira coisa que chama a atenção de Ocimar Alavarse é a falta de familiaridade que esses alunos poderiam ter com a tecnologia. Como o nível socioeconômico é mais baixo, o uso do computador pode ter sido uma novidade para eles. "Se a pesquisa tivesse sido feita com alunos que conhecessem mais a ferramenta, será que a concentração teria sido tão grande?", pergunta. Para Alavarse, o papel do professor como mediador do uso da ferramenta mostra que a tecnologia em si mesmo não resolve o problema da aprendizagem. "Precisamos potencializar o que o computador pode fazer e, para isso, a presença do professor é fundamental. Isso vale para o livro também: é o docente que organiza o uso", afirma.


ENTREVISTA
Um dos especialistas presentes na Conferência da Unesco era Hugo Nervi, da Faculdade de Educação da Universidade das Américas, no Chile. Durante os anos de 2005 e 2009, ele trabalhou na área de competências em TIC e desenvolvimento curricular no Centro de Educação e Tecnologia do Ministério de Educação (Enlaces). A instituição é responsável, entre outras coisas, pelo aumento do acesso à internet nas escolas, política sobre a qual Nervi fala na entrevista abaixo.

No Chile, a tecnologia tem grande alcance nas escolas. Como se configura o uso das ferramentas?
Houve uma inversão muito grande nos últimos quatro anos. Aumentou-se em três vezes a presença da tecnologia nas escolas. De uma relação de 27 alunos por computador, hoje temos 8 alunos por computador. Você tem acesso ilimitado, com a presença de lousas digitais e projetores. Contudo, toda essa infraestrutura corre o risco de não ser usada. Se não existir um plano de uso e de liderança para o emprego da tecnologia na escola, e uma formação docente adequada, a tecnologia não será empregada.

Mas a tecnologia foi incorporada ao currículo da formação dos professores?
A tecnologia entrou na formação inicial dos professores no sentido de orientar, por exemplo, o desenvolvimento de habilidades instrumentais e proporcionar o conhecimento das ferramentas de processamento de textos e de planilhas. O que não falta hoje no Chile é a investigação da inovação pela inovação. Por exemplo: um projeto que elabore o uso de vídeos e jogos no desenvolvimento da leitura em crianças de 8 e 9 anos. Não é isso que buscamos na formação inicial docente. Não queremos professores investigadores de tecnologia. Queremos professores que se apropriem dela como ferramenta de trabalho. Nesse sentido, a integração curricular deveria acontecer em todas as áreas de sua formação. Na formação geral, nas suas especialidades e na formação prática. Assim, os alunos conhecerão a tecnologia com valor pedagógico. A tecnologia tem de formar parte da trama do currículo de formação docente. Em que momento estamos hoje? Há projetos locais em que a inovação é produto de iniciativas pontuais.

E como a escola pode fazer um plano para o uso da tecnologia?
Quando o Ministério da Educação optou por aumentar o acesso, não pretendia entregar a tecnologia irresponsavelmente, como uma medida social. A ideia era apoiar o uso das ferramentas na aprendizagem. A escola recebe tecnologia apenas se justifica seu uso em um projeto educativo. É preciso dizer como e em que ela vai ser utilizada, além estabelecer maneiras para medir seu impacto. Uma coisa está atrelada à outra. Há um formulário on-line que deve ser enviado ao Ministério. É um acordo de uso.

Como podemos explicar a aposta em tecnologia dos governos latino-americanos, se não havia avaliações de impacto amplas?
Há muitas saídas para avaliar o impacto hoje em dia. Pode-se avaliar para medir o impacto na aprendizagem, verificar o uso, medir a apropriação das ferramentas pelos professores. São avaliações distintas. As políticas de cada país têm metas específicas. São elas, as metas específicas, que devem ser avaliadas. Não podemos dizer que não há, em toda a América Latina, resultados de impacto na aprendizagem. Sim, há. Há resultados a partir de projetos locais. O que falta é uma reflexão sobre que tipo de pedagogia a tecnologia gera, para dizer que há uma mudança na aprendizagem.


segunda-feira, 5 de julho de 2010

Confira as notas das escolas no Ideb 2009

Para o arquivo (excel) com todas as escolas confira os links abaixo:

Confira o Ideb das escolas da 1ª à 4ª série (arquivo em excel)


Confira o Ideb das escolas da 5ª à 8ª série (arquivo em excel)



Confira as notas das melhores e piores escolas:

Escolas do ensino fundamental regular (até 4ª série) com notas mais altas:

Escolas com notas mais altas pelo Brasil - Ensino Fundamental Regular (até a 4ª série)
Nome da escola Localização Rede Nota no Ideb 2009
EMEB Aparecida Elias Draibe Cajuru (SP) Municipal 9,0
EM Andre Ruggeri Cajuru (SP) Municipal 8,8
EM Bairro Dom Bosco Cajuru (SP) Municipal 8,8
Escola Estadual Dom Bosco Eirunepé (AM) Estadual 8,7
EM Mousart Alves da Silva Cajuru (SP) Municipal 8,5
Esc. Est. São José Fonte Boa (AM) Estadual 8,4
João Paulo I E M Para Ed. Inf. Ens. Fund. Foz do Iguaçu (PR) Municipal 8,4
EE Osório de Morais Coromandel (MG) Estadual 8,3
EM José Alves Palma da Silva Dr. Cajuru (SP) Municipal 8,3
EMEIEF Thereza Gabriel Zoccal Neves Paulista (SP) Municipal 8,3



Escolas do ensino fundamental regular (até 4ª série) com notas mais baixas:

Escolas com notas mais baixas pelo Brasil - Ensino Fundamental Regular (até a 4ª série)
Nome da escola Localização Rede Nota do Ideb 2009
EE Jovem Protagonista Belo Horizonte (MG) Estadual 0,2
Escola Mul. Boa União Eunápolis (BA) Municipal 0,5
EMEIF Firmo Santino da Silva Alagoa Grande (PB) Municipal 0,5
Esc. Mul. Prof. Fco. de Assis V. Cavalcanti Natal (RN) Municipal 0,5
ERC E F Juscelino Kubstcheck Bom Jesus do Tocantins (PA) Estadual 0,6
EEEF de Audiocomunicação João Pessoa (PB) Estadual 0,6
Esc. Mun. Miriam Alves Ferreira Caroebe (RR) Municipal 0,6
Esc. Manoel Teixeira Tarauaca (AC) Municipal 0,7
Esc. Mul. Dom Climerio Almeida Andrade Vitória da Conquista (BA) Municipal 0,7
Grupo Escolar Amelia Rodrigues Amélia Rodrigues (BA) Municipal 0,8
Centro Educacional de Apuarema Apuarema (BA) Municipal 0,8
EMEF de Arajaí Cameta (PA) Municipal 0,8


Escolas do ensino fundamental regular (5ª a 8ª séries) com notas mais altas:

Escolas com notas mais altas pelo Brasil - Ensino Fundamental Regular (de 5ª a 8ª série)
Nome da escola Localização Rede Nota no Ideb 2009
Colégio de Aplicação do CE da UFPE Recife (PE) Federal 8,0
Colégio Pedro II Rio de Janeiro (RJ) Federal 7,6
C.E. Oscar Batista Cambuci (RJ) Estadual 7,4
Colégio Militar de Santa Maria Santa Maria (RS) Federal 7,3
Colégio Militar de Salvador Salvador (BA) Federal 7,1
Colégio Militar de Campo Grande Campo Grande (MS) Federal 7,1
Militar de Fortaleza Colégio Fortaleza (CE) Federal 6,9
Colégio Militar de Curitiba Curitiba (PR) Federal 6,9
Col. Militar do Corpo de Bombeiros do CE Fortaleza (CE) Estadual 6,8
Escola de Aplicação Professor Chaves Nazaré da Mata (PE) Estadual 6,8
Escola do Recife - Facp UPE Recife (PE) Estadual 6,8
Centro Mun. de Educação Girassol São José do Cedro (SC) Municipal 6,8


Escolas do ensino fundamental regular (5ª a 8ª séries) com notas mais baixas:

Escolas com notas mais baixas pelo Brasil - Ensino Fundamental Regular (de 5ª a 8ª série)
Nome da escola Localização Rede Nota no Ideb 2009
Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Maestro José Siqueira Conceição (PB) Estadual 0,7
EEEFM Desembargador Artur Virgínio de Moura Matinha (PB) Estadual 0,7
Esc. Mul. Claudio Manuel da Costa Vitória da Conquista (BA) Municipal 0,7
EEES Rio de Janeiro Rio de Janeiro (RJ) Estadual 0,7
C.E. Rosa do Povo Rio de Janeiro (RJ) Estadual 0,7
Esc. Mul. Carlos Gomes Manaus (AM) Municipal 0,8
Murilo Aguiar EMEIF Fortaleza (CE) Municipal 0,8
Grupo Escolar Roberto Santos Candido Sales (BA) Municipal 0,8
C.E. Francisco Cabrita Rio de Janeiro (RJ) Estadual 0,8

MEC divulga notas do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) por UF; consulte a situação do seu Estado

O MEC (Ministério da Educação) divulga, nesta segunda-feira (5), as notas do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), que mede a qualidade da educação no Brasil. O UOL Educação preparou um infográfico para a consulta por unidade da federação. Ao selecionar o nível de ensino (anos iniciais, anos finais ou ensino médio), clicando nas opções no canto inferior direito, o internauta poderá consultar a nota e compará-la ao Ideb da região e do país. Também conseguirá visualizar a evolução do índice desde 2005. Ainda é possível visualizar se as unidades aumentaram ou dimunuíram suas notas e quais delas antigiram a meta nacional, clicando nas abas no topo do gráfico.

Confira o infográfico.

O que é o Ideb

O Ideb é a "nota" do ensino básico no país. Numa escala que vai de 0 a 10, o MEC (Ministério da Educação) fixou a média 6, como objetivo para o país a ser alcançado até 2021.

O indicador é calculado a partir dos dados sobre aprovação escolar, obtidos no Censo Escolar (ou seja, com informações enviadas pelas escolas e redes), e médias de desempenho nas avaliações do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), o Saeb - para os Estados e o Distrito Federal, e a Prova Brasil - para os municípios.

Criado em 2007, o Ideb serve tanto como dignóstico da qualidade do ensino brasileiro, como baliza para as políticas de distribuição de recursos (financeiros, tecnológicos e pedagógicos) do MEC. Se uma rede municipal, por exemplo, obtiver uma nota muito ruim, ela terá prioridade de recursos.

Fonte: Uol Educação.

Verba extra não melhora escolas com desempenho ruim

Fonte: Agência Estado

Além de medir a qualidade do ensino no País, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2009 revela o tamanho do desafio que é mudar a situação de escolas e cidades com desempenho muito ruim. Municípios e escolas com pior desempenho - cujo resultado é divulgado hoje - receberam prioridade nas ações do MEC (Ministério da Educação), mas em muitos casos, nem essa ajuda extra resolveu.

No foco do ministério encontram-se 1.822 municípios com notas inferiores a 4,2 em 2007 e mais 28 mil escolas com notas até 3,8 no mesmo ano. Desde então, mais de R$ 400 milhões foram liberados para as escolas. Mesmo recebendo um auxílio em dinheiro e suporte técnico, pouco mais da metade dos piores municípios no ranking nacional conseguiu melhorar o indicador no intervalo de dois anos, entre as duas últimas edições do Ideb (2007 e 2009), a ponto de superar suas respectivas metas.

A reportagem do jornal O Estado de S. Paulo selecionou 155 municípios com notas até 2 na segunda etapa do ensino fundamental (de 5ª a 8ª série). A nota 2 equivale a menos da metade da média nacional (4,6). O levantamento revela que, na avaliação do desempenho, quase a metade (45%), o que corresponde a 70 municípios, ou não conseguiu alcançar a meta ou piorou a nota - nesse universo, 58 municípios (37,4%) evoluíram, mas não alcançaram a nota, e 12 (8%) andaram para trás entre 2007 e 2009. Os outros municípios melhoraram a ponto de, pelo menos, alcançar a meta.

Na amostra das 4.ª séries selecionada pelo Estado, com 47 municípios que tinham nota 2 no Ideb de 2007, 25 cidades, o que dá pouco mais da metade (53,1%), alcançaram a meta. Outros 22 municípios (47%) não alcançaram a meta. As metas variam de escola para escola e de município para município, dependendo do ponto de partida de cada um. Nas próximas duas semanas, técnicos do ministério cruzarão dados do Ideb para avaliar o comportamento das escolas e municípios com pior desempenho. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Pacientes do SUS esperam até 8 horas por atendimento em SP; demora é relato mais frequente de usuários

Pacientes do SUS esperam até 8 horas por atendimento em SP; demora é relato mais frequente de usuários

Arthur Guimarães
Do UOL Notícias
Em São Paulo

Poucos elogios, muitas críticas e uma reclamação frequente: a demora. As avaliações dos pacientes atendidos em unidades que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em São Paulo atestam as reclamações que são rotina das pessoas com problemas de saúde que precisam de atendimento. A reportagem do UOL Notícias visitou algumas unidades para um "teste informal", colhendo depoimentos dos usuários.

Por uma manhã e uma tarde, a reportagem rodou a cidade de São Paulo visitando unidades emergenciais e ambulatoriais que servem a população.

A maior parte das reclamações de quem buscou atendimento em um dia frio e chuvoso como ontem (22) era sobre o tempo que tiveram que ficar à espera de atendimento médico. Depois da demora, o que mais foi relatado pelos pacientes ouvidos pela reportagem é a sensação (leiga) de que os clínicos fazem diagnósticos "quase instantâneos", sem análises detalhadas de seus estados de saúde.

Na Santa Casa de Misericórdia de Santo Amaro, na zona sul, o quadro era tumultuado. A sala da ortopedia estava tomada de gente –cerca de 50 pessoas–, mas o ambiente ainda era tranquilo comparado à fila vista na espera no setor de raio-X. Com suspeita de fratura no braço esquerdo, a diarista Manuela Pereira da Silva, 23 anos, já se preparava para enfrentar oito horas até o resultado de seu exame. “É o que o pessoal comenta, vai demorar oito horas”, afirmou.

Do outro lado do prédio, no Pronto-Socorro, Valdira Santos, 36, segurava no colo o filho John Micael, 2. Com um corte, o menino tinha sangue escorrendo pela cabeça e, mesmo assim, continuava esperando pelo atendimento. “Ele caiu na creche e viemos correndo. Mas estamos aqui há quase duas horas. Vamos para uma sala, mandam ir para outra, e continuamos sem saber o que fazer”, disse ela.

Na AMA (Assistência Médica Ambulatorial) Elisa Maria, na zona norte paulistana, a cena da mãe Jéssica da Silva com seu filho no colo chamava a atenção. Atônita, ela andava de um lado para outro, com o pequeno Theo Felipe, 8 meses, totalmente coberto com cobertores para se proteger da friagem. “Ele está há 2 meses com tosse e falta de ar. É a sexta vez que estou vindo aqui nas últimas semanas. E agora já estou esperando há 2 horas para conseguir entrar”, explicou.

Na avaliação dos médicos que o atenderam, ele tem uma virose. “Só dizem isso, que ele tem uma virose”. Ela assume não entender nada de medicina, mas lista os procedimentos que julga estranhos nas avaliações clínicas. “A médica nem encosta nele. Isso tá certo? Só me perguntam umas coisas e mandam voltar pra casa, tomando xarope. Nunca fez uma inalação, nada. E ele não melhora. Já vi colega minha perder o filho assim."

Em Pirituba, na AMA José Soares Hungria, que funciona nos fundos do Hospital Municipal de Pirituba, na zona norte, o cenário de confusão era bem parecido. Na porta da unidade, pelo menos 15 pessoas se amontoavam em pé para conseguir “roubar” um pedacinho do toldo e fugir da garoa fina – sem contar os outros cerca de 40 que já tomavam conta das cadeiras da ala de espera.

A estudante N. P., 16, estava nesse aglomerado, com "cara amarrada". “Acho que estou com infecção urinária. Está doendo muito. Esperei já duas horas para conseguir uma indicação para fazer um exame de urina. Agora vou pegar uma outra fila para fazer o exame e, depois, me falaram que são outras duas horas até sair o resultado. Perdi o dia aqui”, reclamou.

Já no hospital Professor Liberato John Alphonse Di Dio, conhecido como hospital do Grajaú, na zona sul, a fila de pacientes também era grande. Cerca de 60 pessoas esperavam pelo atendimento. Roberta Talita, 19, foi até a unidade para tratar da garganta inflamada. Disse ter levado três horas para ser atendida. Quando entrou na sala do médico, estranhou a rapidez do atendimento. “Ela olhou minha garganta e, em menos de cinco minutos, acabou (a consulta)”, disse ela, que tomou uma injeção contra a inflamação.

Na portaria da unidade, logo atrás vinha Cristina F., 30, assistente de limpeza. Ela disse ter quebrado o pé há menos de uma semana. “Vim para cá, me enfaixaram, deram remédio e me mandaram engessar na UBS (Unidade Básica de Saúde). Na UBS, me mandaram vir para cá. Hoje, outra vez, me mandaram ir para a UBS”, explicou ela, que continuava apenas com faixas enrolando o pé machucado.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Especialistas e entidades de classe criticam falta de anestesia nos partos do SUS em SP

Especialistas e entidades de classe criticam falta de anestesia nos partos do SUS em SP

Arthur Guimarães
Do UOL Notícias
Em São Paulo

Especialistas e representantes de entidades de classe criticaram a falta de anestesia em partos nos hospitais estaduais, municipais e filantrópicos que operam pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Como mostrou reportagem publicada ontem no UOL Notícias, um documento produzido pela Secretaria Estadual de Saúde, com base na opinião dos usuários do SUS, aponta que 24% das entrevistadas enfrentaram o trabalho de parto tomando a anestesia (raqui ou peridural) nas costas, 18,6% anestesia local, 14% banho morno e 42,8% remédios.

Desiré Callegari, presidente da Sociedade de Anestesiologia do Estado de São Paulo, acredita que o número (24%) de pacientes que tomaram a anestesia nas costas é baixo, mesmo considerando que uma grande parte dos partos feitos no SUS é realizada sem cirurgia abdominal. “Hoje, todas as mulheres devem ter o direito de não sentir dor, mesmo no parto normal. Se a pessoa toma anestesia para arrancar um dente, não deve ter essa opção na hora de ter um filho? É um consenso médico. E todos sabemos que existe um percentual menor de opção pela anestesia correta no SUS”, diz o especialista, que é membro do conselho estadual e federal de Medicina.

Para ele, são duas as principais causas para o problema. “Primeiro, inclusive por falta de orientação, as grávidas muitas vezes chegam ao hospital já em um estágio avançado para ter o bebê. Com isso, elas não permitem ao anestesista estudar o caso com o critério necessário.” O principal entrave, no entanto, é a falta de estrutura da rede de Saúde, segundo o especialista. “O número de gestantes que passam em uma unidade do SUS diariamente é muito grande. E faltam recursos, faltam unidades, portanto, faltam médicos. Com o volume de pacientes é muito alto, não é possível dar conta de rodar as maternidades e chegar a tempo de indicar a anestesia”, afirma.

Callegari argumenta que, ao contrário do que acontece em algumas outras especialidades, o anestesista precisa ficar sempre acompanhando o paciente. “Não é como dar um remédio e ir para outra sala ver a próxima pessoa. Precisa estar junto e acompanhar o processo. Ou seja, se eu tenho quatro anestesistas num plantão, eles vão atender as primeiras quatro grávidas que chegarem. As demais, infelizmente, vão receber um atendimento que não é ideal”, conta.

Mônica Maria Siaulys, doutora em Anestesia pela Universidade de São Paulo (USP), explica que a opção pela eliminação da dor deve vir, primeiramente, da paciente. “Ela é que vai dizer até que ponto a dor ficou insuportável e merece ser medicada”, explica.

Ela julga como “vergonhoso” o fato de que 42,8% das pacientes entrevistadas na pesquisa tomaram apenas remédios para aliviar a dor (no caso dos partos normais). “Os remédios injetados via endovenosa ou intramuscular atingem a circulação rapidamente, o que pode aumentar a exposição materna e fetal pela medicação”, diz ela, que é chefe de Anestesia do hospital Santa Joana e chefe do serviço de Anestesia Obstétrica da maternidade Pró-Matre.

Como ela indica, tomar remédios e não uma anestesia (raqui ou peridural) deveria ser limitado a um grupo muito pequeno de mulheres, como as que têm problemas de coagulação. “Deveria ser a técnica de exceção e não de rotina. Na rede privada, 95% das mulheres dão a luz com anestesia nas costas. Toda mulher tem o direito de ter um parto sem dor. E hoje as técnicas permitem que as dores no parto normal sejam diminuídas sem nenhum tipo de prejuízo para as contrações”, diz. Abaixo, trecho do relatório da Secretaria Estadual de Saúde.

O professor Antonio Carneiro, professor de Ginecologia e Obstetrícia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), explica que outra modalidade de instrumento de alívio da dor usado na rede SUS em São Paulo – o banho morno, citado por 14% das entrevistadas –, pode ser usado por mães que optem por um método menos invasivo de conter a dor no parto normal. “Mas, na minha análise, não tem indicação do ponto de vista médico. A tendência moderna é fazer a anestesia nas costas em todas as cirurgias. Há, sim, casos em que a anestesia não é indicada. Mas, no geral, a recomendação é que seja aplicada a chamada raquidiana ou peridural”, afirma.

Análises oficiais
O próprio relatório sobre o atendimento no SUS afirma textualmente que "os serviços do SUS, tendo melhorado o acesso e a cobertura, devem prosseguir seu aperfeiçoamento com a revisão dos procedimentos internos aos serviços, na busca de humanização do atendimento, quesito ainda bastante falho nos atendimentos ao parto".

Em nota oficial, a Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo, responsável pelo relatório que diagnosticou o atendimento das gestantes no Estado, afirma que “100% das usuárias que responderam a questão 7, referente aos procedimentos para aliviar a dor durante trabalho de parto, tiveram algum tipo de analgesia para aliviar a dor”.

Segundo o órgão, contrariando a opinião dos especialistas, “a anestesia (raqui ou peridual) nas costas é aplicada apenas em caso de partos cesarianos e em alguns poucos partos normais, quando indicado pelo médico assistente”. A nota oficial ainda explica que, “como a grande maioria dos partos realizados pelo SUS é normal, foram aplicados procedimentos como anestesia local, analgésico e banho morno, massagem ou exercício, não sendo sempre necessária a utilização da anestesia peridural”.

Apesar das constatações dos especialistas ouvidos pelo UOL Notícias, o órgão afirma que “87% das mulheres que responderam a pesquisa avaliaram o atendimento dos profissionais (médicos, enfermeiros e outros) como excelente ou bom”.


segunda-feira, 21 de junho de 2010

Documento "secreto" mostra falhas graves no atendimento do SUS no Estado de SP

Documento "secreto" mostra falhas graves no atendimento do SUS no Estado de SP


Arthur Guimarães
Do UOL Notícias
Em São Paulo

Mantida em sigilo da opinião pública há três meses, uma pesquisa realizada pela Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo com os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) aponta problemas crônicos no atendimento aos pacientes nos hospitais paulistas, carências que fazem a espera por exames chegar a seis meses e obriga as grávidas a enfrentarem o trabalho de parto sem a anestesia normalmente indicada.

Chamado “Pesquisa de Satisfação dos Usuários do SUS-SP”, o relatório obtido com exclusividade pelo UOL Notícias foi produzido com base em 350 mil respostas obtidas após o envio de cartas (veja abaixo) ou em telefonemas aos cidadãos atendidos em 2009 nas mais de 630 unidades que funcionam com recursos do SUS.


Espera por procedimentos chega a seis meses; gestantes não recebem anestesia
Entre os dados tabulados, destacam-se estatísticas alarmantes, como indicam especialistas ouvidos pelo UOL Notícias. Cerca de 30% dos entrevistados afirmaram, por exemplo, que demoraram até seis meses para fazer um procedimento de alta complexidade, como quimioterapia, hemodiálise ou cateterismo. Tais procedimentos, no caso de um paciente com razoável situação financeira, são feitos em instituições particulares imediatamente ou em poucos dias, com possibilidade de agendamento.

Outra conclusão do levantamento aponta que apenas 24% das grávidas que enfrentaram o trabalho de parto pelo SUS receberam anestesia raquidiana ou peridural, procedimentos que aliviam o sofrimento e que são considerados padrão às pacientes. A pesquisa mostra ainda que 14% tiveram seus filhos tomando apenas um “banho morno” para aliviar a dor (o levantamento não especifica o tipo de parto, natural ou cesárea). Veja a seguir a conclusão do relatório, de que há falhas nesse quesito:



Falta de vacina contradiz registros oficiais
A vacinação foi outro destaque negativo marcante na pesquisa. Cerca de 30% dos pais relataram falta de vacinas na unidade, “sempre”. Como alerta o próprio diagnóstico oficial, “esta resposta foi surpreendente, uma vez que no período da pesquisa não há registro de falta ou redução no estoque de vacinas do sistema público”. Ou seja, tudo indica que os funcionários dos hospitais mentiram para o público.

Além disso, como mostram os dados tabulados pelo governo, 18,9% dos pais disseram que seus filhos não tomaram nenhuma vacina ao nascer, indo contra as normas do Programa de Imunização do Estado de São Paulo, que prevê pelo menos a oferta de vacinas contra a tuberculose. Como indica o levantamento, “trata-se de perda de oportunidade e falha no programa, demonstrando necessidade de reorientar e avaliar as maternidades”.

"Quadro é grave"
O UOL Notícias ouviu seis especialistas com experiência em atendimento médico e na análise da gestão pública da saúde para comentar os dados, a que somente tiveram acesso por meio desta reportagem. Todos foram unânimes em afirmar que o quadro é “grave”, apesar de alguns terem pedido para não serem identificados.

Paulo Eduardo Elias, professor de medicina preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), afirma que os dados apenas confirmam que o sistema de saúde em São Paulo não dá a atenção devida aos pacientes. “Como mostram as informações sobre os procedimentos de parto, fica claro que o governo deixa as pessoas terem dor. É um problema grave. Não se importa muito com isso”, argumenta.

Para Álvaro Escrivão Júnior, professor e especialista em gestão hospitalar da Fundação Getúlio Vargas, a pesquisa revela a falta de recursos para o setor. “Quando se tem um sistema universal, que atende a todos, precisa ter dinheiro para manter o funcionamento do sistema. A pessoa precisa fazer exames imediatamente, não depois de seis meses”, diz.

As falhas observadas pela pesquisa no atendimento do sistema de saúde de São Paulo, no entanto, não chamam tanto a atenção dos acadêmicos quanto a tentativa de esconder o levantamento da opinião pública.

Transparência

A reportagem do UOL Notícias, em ligações telefônicas praticamente semanais, cobra a divulgação do relatório desde o começo de março. Na ocasião, o governo promoveu um evento em que premiou os melhores hospitais do Estado, segundo conclusões tiradas desta mesma pesquisa. No entanto, não divulgou quais seriam os piores estabelecimentos.

No primeiro contato com a Secretaria da Saúde de São Paulo, no dia 4 de março, a reportagem solicitou a íntegra do levantamento. O pedido foi ignorado. Pelo menos cinco recados em nome do UOL Notícias foram deixados a um dos chefes da assessoria de imprensa da secretaria, Vanderlei França. Nunca houve retorno. Além disso, a reportagem tentou conseguir o relatório com pelo menos cinco membros do Conselho Estadual de Saúde, órgão consultivo da secretaria que, em tese, deveria ser informado de tudo o que acontece no sistema de saúde estadual.

Até a sexta-feira (18), todos os conselheiros relataram não ter conseguido acesso aos dados. Tomás Patrício Smith-Howard, representante da Associação Paulista de Medicina, chegou inclusive a protocolar um pedido formal tentando obter as informações. Já esperava havia mais de dois meses. “Temos total interesse em saber o conteúdo da pesquisa, inclusive para conseguirmos analisar o sistema de saúde. Essa é a nossa função”, diz ele, que ficou sabendo do resultado do levantamento via UOL Notícias.

Pouco antes do fechamento desta reportagem, a secretaria incluiu os dados no site oficial do governo, apenas às 20h, sem aviso. Em resposta oficial enviada dias antes ao UOL Notícias e assinada pelo secretário Luiz Roberto Barradas Barata, a própria secretaria afirmava:


Claudio Weber Abramo, presidente da Transparência Brasil, classificou a situação como “trágica”. Segundo ele, é um “absurdo” uma pesquisa financiada com dinheiro público não ser divulgada. “É típico de São Paulo. Os recursos neste Estado são incompatíveis com a obscuridade do governo.”

domingo, 9 de maio de 2010

Plano Municipal de Educação da Cidade de São Paulo


Está em construção o Plano Municipal de Educação para a cidade de São Paulo, processo este que teve início em março deste ano, momento em que foram realizadas pela cidade diversas plenárias livres para sugestões de aspectos que devem ser abordados durante as discussões deste Plano.
Este documento, que deverá ser elaborado através de processo democrático e com a participação de escolas, comunidade e diferentes setores da sociedade orientará o planejamento, a avaliação e o controle social das políticas educacionais para os próximos dez anos em nosso município, não apenas com diretrizes mas também apontando metas a médio e longo prazos.
De 04 a 22 de maio terá espaço o momento das reuniões nas 31 subprefeituras, que deverão eleger as prioridades de cada região, sendo seus resultados encaminhados para a etapa seguinte, a da Conferência de Educação da Cidade de São Paulo, que ocorrerá entre os dias 18 e 20 de junho.
A Conferência terá a tarefa de apreciar todos os materiais obtidos durante as plenárias regionais, debatendo e elegendo as sugestões que darão origem ao documento do Plano Municipal de Educação, o qual será encaminhado para a Câmara Municipal e Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo para sua votação.

Já aconteceram as reuniões nas Subprefeituras da Vila Prudente, São Mateus, Lapa, Campo Limpo e Aricanduva/Formosa/Carrão.

Nesta semana ocorrem as reuniões nas Subprefeituras de:
10/05 Jaçanã/ Tremembé
Vila Mariana
11/05 São Miguel
12/05 Ipiranga
Santana/Tucuruvi
13/05 Ermelino Matarazzo
14/05 Freguesia do Ó/ Brasilândia
Jabaquara
15/05 Guaianases
Parelheiros
Perus
Pinheiros
17/05 Vila Maria/ Vila Guilherme

18/05 Itaim Paulista

E na última semana será a vez das Subprefeituras:

19/05 Penha
Cidade Ademar
20/05 Santo Amaro
Mooca
Casa Verde/Cachoeirinha
21 e 22/05 Itaquera
22/05 Pirituba
M’Boi Mirim
Cidade Tiradentes
Capela do Socorro
Butantã

Veja os endereços das reuniões no link
http://portalsme.prefeitura.sp.gov.br/Projetos/pme/AnonimoSistema/MenuTexto.aspx?MenuID=17&MenuIDAberto=7

Fonte: site da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo
Texto: Alecxandra Mari Ito

domingo, 28 de fevereiro de 2010

9 de março: Dia Nacional da Luta contra o Ato Médico

Acontece dia 9 de março a manifestação nacional pela rejeição ao chamado PL do Ato Médico, que tramita no Senado Federal.

Se aprovado, o PL representará um retrocesso para a saúde, prejudicando a autonomia das outras 13 profissões da área e impedirá a organização de especialidades multiprofissionais em saúde.

Em 2004, diversas categorias da saúde pública no Brasil entregaram mais de um milhão de assinaturas ao presidente do Congresso, organizaram manifestações que reuniram mais de 50 mil pessoas em atos realizados contra o Ato Médico em diferentes cidades e capitais brasileiras.

Essas mobilizações foram importantes, pois profissionais e estudantes de 13 categorias da área da saúde conseguiram explicar à população e ao poder legislativo os enormes prejuízos que o projeto causaria à sociedade brasileira caso fosse aprovado. Foram responsáveis pelo engavetamento do PL até 2009.

Passados cinco anos, o texto aprovado pela Câmara dos Deputados em 21 de outubro de 2009, e que voltou ao Senado, mantém o mesmo vício de origem, que é colocar em rico o cuidado integral preconizado pela Constituição Federal, através do SUS, que é uma das grandes conquistas do povo brasileiro no processo de democratização do país.

Não fique de fora!

As manifestações, que devem ocorrer em diversos estados, são uma iniciativa das entidades da campanha contra o PL do Ato Médico e são importantes para que o Senado não aprove os pontos do PL que interferem no trabalho de outras profissões.

Fonte: site Fórum de Entidades

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Brasil pode zerar miséria e se igualar a países ricos em 2016, diz Ipea

MARIANA SALLOWICZ
Colaboração para a Folha Online

O Brasil poderá praticamente zerar a pobreza extrema e alcançar indicadores sociais próximos aos dos países desenvolvidos em 2016, caso mantenha o ritmo de desempenho que teve entre 2003 e 2008. A conclusão é do estudo "Pobreza, desigualdade e políticas públicas", divulgado nesta terça-feira pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

520 milhões saem da pobreza extrema em 24 anos, diz Ipea
Serviço público concentra 21% do emprego formal no país, diz Ipea
Ipea diz que crise internacional ainda representa risco ao Brasil

A pobreza extrema é considerada para famílias com renda de até um quarto de salário mínimo per capita --atuais R$ 127,50.

Também há expectativa de alcançar uma taxa nacional de pobreza absoluta (até meio salário mínimo per capita, R$ 255) de 4% naquele ano, o que, segundo o Ipea, significa quase a sua erradicação. Em 2008, o índice estava em 28,8%.

"A taxa de pobreza de 4% é de país rico. Nos coloca no patamar de países desenvolvidos", afirmou Marcio Pochmann, presidente do Ipea. "O Brasil reduziu o número de pobres pela combinação de elementos como o crescimento econômico e políticas públicas de distribuição de renda. Temos hoje uma estrutura social comparável aos países desenvolvidos."

Desigualdade social

A queda da média anual na taxa nacional de pobreza absoluta foi de 0,9% ao ano entre 1995 e 2008, enquanto a da pobreza extrema ficou em menos 0,8% ao ano. Considerando o período de 2003 a 2008, a redução na primeira foi de 3,1%, e na segunda ficou em 2,1% ao ano.

O índice Gini, que varia de zero a um e é usado para medir as desigualdades sociais, deverá passar para 0,488 --era de 0,544 em 2008. Ele encontra-se, em geral, abaixo de 0,4 nos países desenvolvidos. Em 2005, ficou em 0,33 na Itália, 0,32 na Espanha, 0,28 na França, 0,27 na Holanda, 0,26 na Alemanha e 0,24 na Dinamarca. Já nos Estados Unidos está acima dos demais, em 0,46.

Para o Ipea, parte significativa dos avanços alcançados pelo país no enfrentamento da pobreza e da desigualdade está relacionada a políticas públicas, a partir de 1988 -- data de elaboração da Constituição Federal.

Na década atual, o instituto destaca razões como a combinação entre a continuidade da estabilidade monetária, a maior expansão econômica e o reforço de políticas públicas, como a elevação real do salário mínimo e a ampliação do crédito popular.

"O país fez políticas de distribuição. Passou a arrecadar mais e também distribuiu mais, o que reduziu a pobreza. Porém, ainda precisa combater a desigualdade e, para isso, deverá haver uma mudança na estrutura tributária, que atualmente faz com que os mais pobres paguem mais impostos", avaliou Pochmann.

fonte: Folha Online